Para quem gosta de livros, ler apenas não é o suficiente. Há que se pegar, folhear as páginas, sentir a textura do papel, apreciar as imagens da capa, até sentir o cheiro da tinta. Mas o mundo dos livros não é feito apenas de edições novas, o que se constata ao entrar na sala 20 do Memorial do Rio Grande do Sul, junto à Praça da Alfândega.
Lá, num espaço destinado às atividades de restauro, verifica-se que há livros queridos, raros ou históricos que acumulam décadas de uso e que esse passar do tempo deixou suas marcas nas edições. Sujeira, amassamentos, rasgões, perda de capa e descolamento de folhas são alguns dos principais danos observados às obras.
Para a restauradora Silvia Breitsameter, responsável pelo restauro de obras do acervo do Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, existem cuidados simples de preservação que as pessoas podem adotar quando manipulam os livros. Ela lembra que “deve-se evitar o manuseio de livros quando as mãos estiverem com cremes, o que é bem comum nas mulheres, pois esse material gorduroso fica aderido ao papel e ao longo do tempo criam-se manchas”. E para quem tem aquele velho hábito de folhear as páginas molhando o dedo com saliva, Silvia informa que “além de estar levando à boca eventuais sujidades e microrganismos que estão no papel, também poderá estar contaminando o material que outras pessoas venham a manipular”.
Em uma atividade oferecida nesta Feira do Livro, Silvia Breitsameter apresenta aos interessados essas e outras informações sobre a conservação de livros e documentos. Para a especialista, “é uma satisfação fazer esse trabalho, pois mesmo nessa época de mídia digital, muitas pessoas se interessam por cuidar dos livros, por preservar seu acervo e conhecer técnicas de restauro”. Por isso, a oficina denominada “Encadernação de livro infantil com dicas de conservação” aproveita para repassar orientações de cuidado com os livros associado à uma atividade prática de restauro. Com uma técnica simples mas engenhosa, os alunos aprendem a substituir os grampos metálicos de pequenos livros infantis pela costura de três pontos com fio de algodão e colagem de uma capa com papel artesanal reciclado.
O resultado final é um mimo da professora: um pequeno diário de anotações de viagem, com gostinho de “quero mais” para quem aprendeu a fazer. E para aqueles que se interessaram, a oficina tem reprise nos dias 9 e 12 de novembro, às 17 horas, na sala 20 do Memorial do Rio Grande do Sul.
PUBLICADO EMPor Dentro da FeiraTAGS56ª Feira do Livro, Feira do Livro, Praça da Alfândega, Qual é a Boa, QUEB
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